Este é um arbusto baixo, de até 2-3 metros de altura, com flores amarelo ouro, muito fragrantes, e sementes grandes, com aparência recurvada do chapéu de Napoleão, que podem ser confundidas com nozes comestíveis sendo, no entanto, muito tóxicos devido ao seu conteúdo em glicosídeos cardíacos. Fonte www.greenme.com.br.
Thevetia Peruviana é uma das 8 belas e perigosas plantas entre as que causam mais danos e são as mais comuns no dia a dia dos brasileiros. Todas as partes dela são tóxicas. O látex dela, por exemplo, é cáustico ou irritante. Seus componentes mais perigosos pertencem ao grupo dos glicosídeos cardiotóxicos, dos quais falarei mais no final deste artigo.
Pertencente à família Apocynaceae, Chapéu-de-napoleão recebe este nome por causa do formato de seus frutos, sendo estes os maiores responsáveis pelas intoxicações graves que a planta provoca, principalmente em crianças, pois, movidas pela curiosidade, elas tendem a comer as castanhas.
O fato é que temos uma grande biodiversidade, uma das maiores do planeta. Entretanto, parte dela é pouco estudada no que diz respeito aos efeitos tóxicos ou capacidade terapêutica. Destacando ainda que, até entre os exemplares já conhecidos como prejudiciais, nem todos os efeitos sobre nosso organismo foram esclarecidos.
Para completar, buscamos plantas com a intenção de enfeitar parques e residências sem saber os perigos que elas podem trazer. É o que acontece quando o assunto é Thevetia peruviana, chamada em alguns lugares de jorro-jorro, bolsa-de-pastor, ou pelos sinônimos botânicos Cerbera thevetia, Thevetia neriifolia e Cascabela thevetia.
Chapéu-de-napoleão é uma variedade classificada como arbustiva, mas pode ser mantida como arvoreta, apresentando caule único com porte de até 4 metros, aproximadamente.
Com podas de formação, a árvore adquire visual compacto, servindo de cerca-viva, arbusto único plantado em vasos ou diretamente no chão, ou, ainda, peça de grupos.
Devido à grande toxicidade, a Thevetia peruviana não é recomendada para locais frequentados por animais domésticos ou crianças. O problema é que, justamente por compor bem a ambientação de pequenos espaços (pátios residenciais, calçadas estreitas etc.), a planta acaba sendo de fácil acesso a estes públicos.
Isso ajuda a compor a seguinte estatística: a cada 10 casos de intoxicação por plantas, 6 acontecem com menores de 10 anos – e em 85% das vezes as intoxicações são acidentais. A maioria dos registros ocorre devido ingestão das sementes encontradas dentro do fruto da bolsa-de-pastor.
Nem todas as ações diretas das substâncias presentes no jorro-jorro foram totalmente identificadas. Porém, as manifestações clínicas mais comuns após contado com o vegetal incluem:
Ceratoconjuntivite, edema, lacrimejamento, fotofobia, irritação com congestão, além de ulceração de córnea (problemas oculares).
Dermatite de contato (pele). Sialorreia (exagero mórbido na produção de saliva); disfagia (dificuldade de engolir), dor na mucosa oral; queimação na língua e lábios, edema da cavidade oral, faringe e glote – todos por ingestão.
A ingestão ou contato pode provocar ainda diarreia, distúrbios no coração e, em situações mais sérias, morte. Alguns dos sintomas lembram os da intoxicação por Espirradeira (Nerium oleander).
Mas por que será que o poder tóxico da Thevetia peruviana é tão grande assim? A resposta é que ele está associado a compostos como Taventina (A e B), Peruvosida, Nerifolina e Tevefolina acetilneriifolia. Eles estão por trás dos principais desconfortos.
As alterações gastrointestinais são a maioria das consequências do envenenamento por Chapéu-de-napoleão, devido ao bloqueio de Na+ e K+ ATPase intestinal. Os glicosídeos cardíacos da planta, em especial a Tavetina, provocam as disfunções cardíacas que geralmente resultam em bradiarritmias e taquiarritmias.
Já as substâncias neurotóxicas levam aos efeitos neuromusculares, neuromotores e psicomotores. Por exemplo: tremores corporais, movimentos clônicos, paralisia do pescoço e confusão mental.
Como você viu neste post, nossa saúde pode correr graves riscos quando falta informação. Por isso, sempre recomendo aqui a busca por orientação profissional ao usar plantas como remédio natural.
E ainda: reconhecer as espécies tóxicas mais frequentes e usadas na ornamentação pode evitar muita dor de cabeça ou, infelizmente, algo pior, principalmente quando temos pets e crianças em casa. Fonte: drevas.com
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